O Que é Educação / BRANDÃO, Carlos Rodrigues

Grupo 01

FICHA DE LEITURA

Ø     Referência bibliográfica:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. 21ª Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.

Ø     Título do Capítulo ou do trecho lido (caso tenha lido um trecho sem título ou subtítulo, procure dar um a partir da frase empregada pelo autor no início de um parágrafo);

Educação? Educações: aprender com o índio

Quando a escola é aldeia

Então, surge a escola

Ø     Palavras-chaves (caso haja na ficha catalográfica da obra valha-se delas, mas use também as que te pareçam mais indicadas);

Formas de educações

Ideologia

Reprodução

Processos sociais de aprendizagem

Endoculturação

Desigualdade da educação

Ø     Reprodução de trechos da leitura (dos que considerar os relevantes para a apreensão do conjunto da leitura. Importante ao final da reprodução identificar o item e a página de onde citou);

“Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja, ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela...”   (p.7)

“Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante...”   (p. 9)

“...a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a sua força.”   (p. 11)

“...o educador imagina que serve ao saber e a quem ensina mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu professor, a fim de usá-lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação ­– nas suas agências, suas práticas e nas idéias que ela professa – interesses políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza.”   (p. 12)

“Tudo o que se sabe aos poucos se adquire por viver muitas e diferentes situações de trocas entre pessoas, com o corpo, com a consciência, com o corpo-e-a-consciência. As pessoas convivem umas com as outras e o saber flui, pelos atos de quem sabe-e-faz, para quem não-sabe-e-aprende.”(p. 18)

“O saber da comunidade, aquilo que todos conhecem de algum modo; o saber próprio dos homens e das mulheres, de crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhos; o saber de guerreiros e esposas; o saber que faz o artesão, o sacerdote, o feiticeiro, o navegador e outros tantos especialistas; envolve, portanto situações pedagógicas interpessoais, familiares e comunitárias, onde ainda não sugiram técnicas pedagógicas escolares, acompanhadas de seus profissionais de aplicação exclusiva.”   (p. 20)

“A socialização realiza em sua esfera as necessidades e projetos da sociedade, e realiza, em cada um de seus membros, grandes parte daquilo que eles precisam para serem reconhecidos como “seus” e para existirem dentro dela.”   (p. 23)

“Dentro de sua cultura, em sua sociedade, aprender de maneira mais ou menos intencional (alguns dirão: “mais ou menos consciente”), através do envolvimento direto do corpo, da mente e da efetividade, entre as incontáveis situações de relação com a natureza e de trocas entre os homens, é parte do processo pessoal de endoculturação, e é também parte da aventura humana do “tornar-se pessoa”.”   (p. 24)

“O ensino Formal é o momento em que a educação se sujeita à pedagogia (a teoria da educação), cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos, e constitui executores especializados. É quando aparece a escola, o aluno e o professor...” (p. 26)

“...um sistema pedagógico controlado por um poder externo a ele, atribuído de fora para dentro a uma hierarquia de especialistas do ensino, e destinado a reproduzir a desigualdade através da oferta desigual do saber, é uma conquista tardia na história da cultura.”   (p. 33)

“Onde um tipo de educação pode tomar homens e mulheres, crianças e velhos, para torná-los todos sujeitos livres que por igual repartem uma mesma vida comunitária; um outro tipo de educação pode tomar os mesmos homens, das mesmas idades, para ensinar uns a serem senhores e outros, escravos, ensinando-os a pensarem, dentro das mesmas idéias e com as mesmas palavras, uns como senhores e outros como escravos.”   (p. 34) 

Ø     Idéia ou idéias principais do autor (registre as que lhe pareçam as mais importantes. Aqui já se exigirá do aluno um esforço de síntese ao tentar captar tais idéias);

As principais idéias do autor são as formas de educação, como ela acontece, porque ela acontece, ele fala que cada povo tem uma educação diferente de acordo com sua cultura, que as vezes a educação de outros povos não serve para alguns, que a escola não é o único lugar onde ela acontece, e talvez nem seja a melhor, porque? Porque a escola é um meio usado para as práticas dos interesses políticos, ela ajuda a formar tipos de homens, uns em senhores outros em escravos, abordando assim as desigualdades da educação.

O autor fala também dos processos de socialização, que através das nossas vivências com a sociedade adquirimos conhecimento, que contribui para a educação, o que somos, fazemos e amamos é resultado dessa socialização.

Ø     Objetivo (s) principal (is) do autor (nem sempre o autor explicita seu objetivo);

O objetivo principal do autor é a compreensão da educação, já que não podemos fugir dela, que possamos ao menos entender o porquê da sua existência, para que serve, por que ela vem antes até mesmo da escola, os motivos pelos quais ela se torna diferente em determinadas sociedades dependendo da cultura de cada povo, e porque uns são mais beneficiados com ela que outros.

Ø     Conceitos utilizados acompanhados da explicação do autor;

“Ao processo global que tudo envolve, é comum que se dê o nome de socialização. Através dela, ao longo da vida, cada um de nós passa por etapas sucessivas de inculcação de tipos de categorias gerais, parciais ou especializadas de saber-e-habilidades.”    (P. 23)

“Ora, no interior de todos os contextos sociais coletivos de formação do adulto, o processo de aquisição pessoal de saber-crença-e-hábito de uma cultura, que funciona sobre educandos como uma situação pedagógica total, podem ser chamados (com algum susto) de endoculturação.”   (p. 23)

Ø     Nomes de outros autores ou livros citados no texto (trata-se da bibliografia comentada pelo autor ao longo de seu texto e sobre a qual ele faz referências);

João Guimarães Rosa / Grande Sertão: veredas

Benjamin Franklin

Werner Jaeger

Radcliffe Brown

Émile Durkheim

Ø     Glossário de palavras;

Difusa: espalhada, longo.

Inculcar: sugestionar, inspirar, aconselhar.

Obstante: oponente, proibente, vetante, impedidor, apesar de, apesar disso, contudo.

Escusos: sujo (moralmente)

Prole: geração, filho ou filhos, descendência

Impele: arrastar, estimular, incitar, atrair, conduzir.

Consecução: conseguimento, conseguir.

Emerge: aparecer, surgir, apontar.

Remanescentes: aquilo que sobra, resto.

Recantos: lugar retirado ou oculto, esconderijo, lugar agradável.

Clã: tribo formada de pessoas de descendência comum.

Admoestação: censura, repreensão, reprimenda, advertência.

Esmo: estimativa, cálculo, conjectura.

Ø     Comentários do grupo sobre a leitura (fácil, difícil, o que aprendeu, o concluiu, etc.);

A leitura foi de fácil compreensão, o grupo entendeu o pensamento do autor. Concluímos que a educação está em todos os lugares, em todos os momentos, em tudo que fazemos e falamos, na nossa cultura, e que ninguém (como Brandão mesmo falou) escapa da educação. 

Ø     Dúvidas da leitura que deseja esclarecer em aula (se mais de uma numerá-las).

O homem que transforma, com o trabalho e a consciência, partes da natureza em invenções de sua cultura, aprendeu com o tempo a transformar partes das trocas feitas no interior desta cultura em situações sociais de apreder-ensinar-e-aprender: em educação.

O grupo não conseguiu compreender o raciocínio do autor no parágrafo citado.